sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Primeira cirurgia na língua

Nunca fui internada na vida... nunca tinha quebrado uma perna. Nunca tinha tido nada grave. Exames de sangue sempre impecáveis. Não tomava remédios para nada, nem pra dor de cabeça. Hábitos saudáveis, sou muito careta. Sem fumar, sem beber (sério, nem socialmente... bebia muito pouco 2 ou 3x por ano). Alimentação levemente desregrada mas sempre tendendo mais para o não consumo de carne bovina ou aves. Sempre dei prioridade para peixes. Ou seja, não fiz nada errado para ter uma doença que em 75% dos casos acomete homens, com mais de 45 anos, fumantes e elitistas. Não estou indignada não, mas é que fui "fora da estatística".

Ok, nunca fui chegada a médicos. E por isso agradeço diariamente por ter tido um câncer visível, ou seja, que dava para ser visto. Amém.

...

Fato que entrei na mesa de cirurgia sem saber o que eu tinha. Se era carcinoma in situ, se era uma displasia epitelial travestida feiosa, ou se era câncer.

A proposta do Dr. Gentleman era: "de qualquer jeito vamos tirar isso daí". Na mesa de cirurgia ele faria uma biópsia por congelação, e na hora decidiria o que fazer. Essa foi a primeira grande lição: confiar plenamente na mão de um profissional que eu conhecia há 2 semanas.

Assim o fiz, e a biópsia por congelação não trouxe notícias muito boas.

Como foi a cirurgia?
Acordei bem, sem efeito da anestesia. Na sala de cirurgia (sério, nem era na sala de recuperação), pedi um papel e uma caneta (pois não podia falar), para saber o q tinha dado na biópsia.

Se você está passando por isso vou alertar do que foi pior: a sonda por uma semana. A sonda era um cano no nariz para eu poder comer indo direto para o estômago / duodeno / whatever. Essa foi a pior parte e a semaninha mais longa da minha vida desde então. Não gosto nem de lembrar dessa semana e agradeço a cada dia de lembrar que passou. Passou gente, estou sem a sonda há 2 semanas. Que sonho!

Me recuperei bem da cirurgia, mas no momento minha língua ainda está presa e estou falando estranho. Terei que recuperar com fonoterapia (exercícios). Ces´t la vie.

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